29/10/2008
Meninas falam sobre como é ser gótica hoje em dia
A sub-cultura gótica foi predominante nos anos 80 aqui no Brasil, mas ao contrário do que muitos pensam, ela não acabou. Existem muitos góticos por aí que não abandonaram o estilo e o que mais surpreende é que essa sub-cultura ainda conquista os mais jovens.
Segundo Tatiana Sambinelli (à direita na foto), 19, que é conhecida como Taty Elegy, cada um pode ser o que quiser e o que une o grupo é o gosto por música e a estética sombria. “Na fase de transição pela adolescência as pessoas buscam se encontrar em algo: alguns por hobbie, outros por modismo, ou simplesmente para sentirem que fazem parte de algo maior. Quando você começa a procurar um estilo de som que te agrada, é quando começa a busca dessa identidade individual. Mas, ao mesmo tempo em que uma pessoa necessita ser notada como indivíduo, ela passa a ser notada como parte integrante de um grupo.”
Glasiele Carvalho (à esquerda na foto), 19, conhecida como Elodia, conta como teve o primeiro contato com a sub-cultura gótica: “Eu conheci o estilo pelas bandas que já escutava sem saber que era gótico, mas tive experiência através de um amigo que é gótico. Então me adaptei ao estilo e isso já faz quatro anos”. Entre as bandas preferidas, ela aponta Sopor Aeternus, The Cure e Lacrimosa.
Ao contrário do estereótipo que alguns impõem – suicidas depressivos que assustam as pessoas por aí – os góticos são conhecidos por apreciarem literatura, artes plásticas, música, cinema, entre outras atividades, inclusive ir ao cemitério. “Eu gosto de ir, é um ótimo lugar para se pensar, conversar, ouvir musica, tanto sozinha quanto acompanhada. Os góticos gostam de ir a cemitérios para ficar longe da sociedade ignorante, que pensa que todos têm que ser iguais. Não é um lugar assustador, muito pelo contrario, é a nossa segunda casa”, diz Elodia.
Taty Elegy, gótica há cinco anos, conta que o preconceito ainda é grande: “Sofro agressões verbais quase todos os dias. Na faculdade e na rua é onde a falta de respeito é maior. A sociedade e as pessoas no geral são muito hipócritas, tudo que elas não conhecem bem, julgam e montam estereótipos. O fato de nossa sociedade ser ainda bastante moralista devido a preceitos e dogmas religiosos reforça mais ainda a falta de informação e compreensão”.
Indagada se os góticos têm algum tipo de problema com outras tribos, Taty diz: “Somos bastante pacíficos... apenas um pouco introvertidos às vezes. Talvez a única tribo que não gostamos muito é a dos skinheads, devido ao extremismo contra tudo, e também os fanáticos religiosos que nos chamam de satanistas sem saber”.
Taty define o verdadeiro gótico e o famoso ‘poser’: “Não são apenas os traços de personalidade que definem você como um gótico ou não, mas sim o interesse e conhecimento nos temas, musica e estética, além da interação pessoal dentro da própria cena, e com pessoas dela. Já o ‘poser’ é aquele que não sabe muita coisa sobre o assunto, mas insiste em mostrar conhecimentos superficiais para todos à sua volta, querendo impor sua visão como verdadeira e absoluta.”
E será que os góticos de hoje são iguais aos de antigamente? Graziela Sabioni, 15, conhecida como Satyna e que é gótica há três anos, responde: "Existe muita diferença. Os de antigamente são mais 'crus', não ligam pra muitos estereótipos. A maioria dos 'novos góticos' acham que são góticos porque nasceram assim ou por que são revoltados. Alguns vêem em filmes, gostam do estilo e do jeito de se vestir mas, sinceramente, o gótico não é apenas uma música e um sobretudo".
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Um comentário:
hum.... até chego a concordar em partes nos relatos dados pelas meninas.
e concordo que o cemiterio é um bom lugar pra refletir e pensar na vida e fugir um pouco dessa sociedade (apesar que eu ainda não vui em um).
ainda sofremos um monte de preconceitos minha irmã por exemplo diz que isso é coisa de louco que eu não sou normal, mal posso me vestir do jeito que quero pois akii na minha cidade ainda rola mo preconceito, mais com o tempo vamos quebrando barreiras.
by:Lady celynne
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