Beleza Austral
A Patagônia sempre ocupou um lugar especial na mente daqueles que gostam de grandes viagens. Desde o século 15, quando Fernão de Magalhães ousou navegar pelos confins da América do Sul, descobrindo homens e animais diferentes de tudo que existia no resto do planeta, a região ganhou uma aura de mistério e romantismo. A paisagem exótica e desoladora, somada ao clima rigoroso, sujeito a tempestades e ventos constantes, fez da região uma quase obsessão para os grandes viajantes do passado.
A Patagônia equivale a um terço dos territórios de Argentina e Chile. Vai do Rio Colorado, no limite norte, até o Cabo de Hornos, o último traço de terra do continente, já no extremo sul da Terra do Fogo. Nessa vastidão, as paisagens alternam desertos, bosques, vulcões, lagos, geleiras e grandes montanhas da Cordilheira dos Andes. Nos mapas do turismo, a Patagônia entrou de vez a partir da década de 1960, com a abertura de estradas e dos aeroportos em El Calafate e Ushuaia, na Argentina, e em Punta Arenas, no Chile – as principais cidades e pontos de partida para as melhores atrações da chamada Patagônia Austral.
Viajar para lá, desde então, ficou bem mais fácil. Muito antes disso, no entanto, Chile e Argentina já tinham reconhecido a necessidade de preservar a natureza desse lugar único. O Parque Nacional Nahuel Huapi, nas redondezas de Bariloche, criado em 1922, foi o primeiro da América do Sul. O Parque Nacional Los Glaciares, próximo a El Calafate, foi criado em 1981 e abriga o mais famoso glaciar do planeta, o Perito Moreno, além do Cerro Fitz Roy, point dos amantes do trekking em alta montanha.
No Chile, o Parque Nacional Torres del Paine, datado de 1959, virou uma espécie de símbolo do país. O explorador argentino Francisco “El Perito” Moreno (1852-1919), escreveu no seu diário de bordo em 1877: “Visitei de novo a Patagônia, sempre levado pelos mesmos propósitos: conhecer esses territórios até os últimos rincões e convencer, com provas irrecusáveis aos incrédulos e aos apáticos, a grandeza dessa região”.
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