Será que eu não sei masturbar?

A Mariana escreveu para a gente o seguinte: “Tenho 17 anos e estou com meu primeiro namorado há três meses. Sou muito menos experiente que ele, que tem 20 anos. Na primeira vez que fui masturbá-lo, ele ficou me guiando e depois perguntou se eu já tinha tocado em outro garoto, acrescentando um ‘Não, né?!’ no final da pergunta. Contornei a situação e não respondi, mas fiquei com uma dúvida: existem técnicas para isso a ponto de que ele tenha percebido ou achado que eu sou ruim, que eu não sei masturbar? E agora?”

Achei bem interessante o que ocorreu, o comentário dele no final e a preocupação da Mariana. Vamos comentar:

As “técnicas”
As “técnicas”
Será que tem mesmo um “manual super ultra hiper lotado de técnicas de masturbação para causar o maior prazer possível em todos os garotos da face da terra”? Claro que eu exagerei no texto. Mas é para a gente pensar no absurdo dessa história. Cada pessoa tem um jeito de ser e se estimula de uma forma só dela. Isso vale para os garotos e para as garotas. E cada pessoa também tem um jeito de ser e de estimular quem está ao seu lado.

Ninguém é robô que faz tudo igual! Cada uma é cada uma. Claro que tem um básico da masturbação – é importante tocar o outro. Ponto. De que jeito? Vocês vão ter de descobrir, de contar um para o outro, de experimentar. Pode ser que o que é muito excitante para um garoto, não é nada agradável para o outro. Varia muito. Não tem receita que dê conta de todo mundo! A minha dica, portanto, é: descubra como você gosta de fazer. Siga sua intuição. Siga o seu jeito. E observe o que dá mais ou menos prazer. Essa será a sua “técnica”.

“Não, né?!”
Quando alguém pergunta uma coisa e termina meio que respondendo com um comentário assim, isso pode ter milhões de significados. E não quer dizer necessariamente que ele “achou” que você não sabe nada de masturbação. Pode até ser que ele tenha pensado isso. Mas não dá para saber o que passa na cabeça dos outros!

Já pensou que pode ser que esse fosse o desejo dele – de você jamais ter tocado outro garoto além dele, de ele ser tão especial, mas tão especial, que é o único que você já tocou na vida? Tudo pode ser... Além de milhões de outras coisas que podem ter passado pela cabeça dele e expressadas nesse comentário.

Quer saber o que ocorreu? Então pergunte a ele! Ninguém tem bola de cristal! Se isso é importante para você, então o caminho mais interessante me parece ser conversar – e descobrir, caso ele queira contar, a resposta que você tanto procura.

E agora?
Talvez o que eu tenha a dizer a você seja algo que parece simples, mas que não é tão fácil assim: seja você mesma! Ninguém precisa aparentar experiência demais, nem de menos. A gente é o que a gente é. Quando nos liberamos de cobranças como essas – e agimos descontraidamente – fica muito mais saboroso. Vale experimentar...

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