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13/08/2008

No Brasil, pais de atletas olímpicos sofrem pela TV


Em época de Olimpíadas o mundo pára. Os atletas viram inspiração para muitos, até mesmo para aqueles que não têm o costume de acompanhar esportes. E se nós sofremos vendo as provas, imagine o que significa para os pais dos atletas ver os filhos competindo em uma Olimpíada.Antonio Luiz de Souza Filho, pai da ginasta Lais da Silva Souza, disse que percebe a diferença no comportamento da filha, devido à concentração que a ginástica olímpica exige: “Ela fica apreensiva antes de fazer os exercícios. Depois que termina, relaxa, mas antes fica apreensiva. Fora desse ambiente ela é diferente, é brincalhona”. O pai de Lais conversa com ela a cada dois ou três dias e diz que foi difícil passar o Dia dos Pais longe da filha. “É ruim não poder dar um abraço, mas ela disse que daqui a mais ou menos 20 dias vai voltar e me dar um abraço.” Ele fala com orgulho da filha: “Daquilo que eu esperava dela... ela conseguiu ir além. Foi na pura raça”. Além da ginástica (e do futebol, claro!), Antonio Luiz acompanha o vôlei por causa da filha mais nova, Marina da Silva Souza, que ainda está começando nesse esporte.O nadador Lucas Vinícius Yokoo Salatta, que integrou a equipe do revezamento 4X200 livre, contou com a torcida da mãe, a enfermeira Neuza Salatta. “Nós somos muito católicos, então a gente pede proteção para o Lucas. Eu uso tudo quanto é santinho, rezo para o anjo da guarda.” Perguntada se o filho possui algum ritual antes de nadar, ela disse que ele gosta de ficar quieto no canto dele, escutando música e não gosta que fiquem comentando sobre as provas ou colocando expectativa. Tudo isso para manter a concentração.Neuza conta que Lucas começou a nadar desde pequeno (com um ano) porque tinha bronquite e que mais tarde, com nove anos, iniciou os treinos. Ela sempre esteve presente nas competições do filho, exceto naquelas que são muito longe, como a de Pequim. “Eu fico mais nervosa vendo pela TV”, conta. Neuza também fala do futuro de Lucas: “Ele tem intenção de ir para a próxima Olimpíada. E eu acho que ele deve tentar ir para mais uma, até porque ele é novo, está com 21 anos. De qualquer forma ele começou uma faculdade nos Estados Unidos, mas parou. Espero que ele ache alguma coisa que goste para fazer por lá ou por aqui”.Já a aposentada Guiomar Mendes Duran, mãe do saltador (da modalidade de saltos ornamentais) Cassius Duran, afirma que, apesar do filho estar participando pela terceira vez dos Jogos Olímpicos, ela sente o mesmo nervosismo da primeira Olimpíada. Para ela, ter o filho competindo de novo superou as expectativas, pois é preciso muito treino para se classificar, ainda mais depois dos problemas na coluna e no punho que o atleta teve.Guiomar confessa que não costuma ver Cassius saltando. “Prefiro não ver nem pessoalmente nem pela TV. Eu fecho os olhos, mas a torcida é grande.” Ela ainda dá uma dica para os “pais iniciantes” nas Olimpíadas: “Eles devem dar apoio, passar tranqüilidade, mas sem demonstrar ansiedade. Tem que dar apoio em tempo integral”.

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