A história começa assim: você se sente só e perdida sempre que está solteira. Parece que nada faz muito sentido, nem mesmo aquele barzinho bacana com as amigas. Então, por que não sair à caça e preencher esse vazio? Eis o momento em que você começa a emendar um namoro no outro, sem nem ao menos se dar tempo para "curtir" a fossa do término anterior.
O vício em namoros não é uma doença, muito menos um distúrbio. Em sua maioria, a dependência é causada por uma baixa auto-estima que pode ter causas diversas. "Geralmente, essas mulheres não se valorizam, não conseguem ter um pré-requisito. Elas acreditam que não são capazes de encontrar outra pessoa melhor. Para elas, é melhor estar com qualquer um do que estar sozinha", comenta a psicóloga e psicodramatista Cecília Zylberstajn. E estar sozinha é, em sua maioria, a pior coisa que poderia acontecer com uma mulher que não consegue se ver solteira. Dependência emocional, psicológica e até mesmo financeira dão aquele empurrãozinho para que ela projete um relacionamento sério com pessoas que não correspondam em nada com seu "tipo ideal de homem". "As referências devem estar na mulher, nas necessidades dela, no que ela espera de um relacionamento. Mas nessas situações a referência muda, porque é mais importante estar com esse homem, porque ela não consegue se imaginar sozinha", conta Cecília. Assim, é mais fácil se relacionar com um homem por quem não se esteja apaixonada, do que esperar pelo amor verdadeiro. De acordo com a psicóloga Renata Soifer, para essas mulheres o término do namoro é tão complicado quanto o acaso de ficarem solteiras. "Pode ser difícil para ela terminar o relacionamento, pois ela tem medo de ficar sozinha. Na verdade, essas mulheres têm medo da solidão", conta. Decorrência de diversos possíveis fatores (como transtorno de ansiedade, pressão familiar e/ou social, histórico familiar e vivência pessoal), a baixa auto-estima - que envolve a mulher no ciclo vicioso de emendar relacionamentos - pode acarretar sérias conseqüências emocionais. "Pode se agravar como qualquer vício. A tendência é ela procurar uma pessoa cada vez mais difícil, relações cada vez mais fortes e intensas", alerta Cecília. A psicóloga afirma ainda que tudo aquilo que tem potencial de causar vício provoca prazer de alguma maneira. Com namoros mais intensos, a mulher passa a vivenciar os altos e baixos da relação de um jeito mais extremo, o que satisfaz sua busca por sentimentos cada vez mais fortes. "Essa mulher passa ainda a acreditar cada vez menos nela, fica difícil acreditar que ela consiga se desvencilhar do relacionamento. Ela acredita ainda menos de que merece alguém que seja melhor para ela, que corresponda as suas reais necessidades", completa Cecília. Tratamento Desfrutar de certos momentos da vida sozinha. Essa pode ser a saída para mulheres viciadas em relacionamento. "Não é necessário passar por tudo na vida dentro de um relacionamento. Tem certos momentos que é melhor ficar sozinho, e não há nada de errado nisso", explica Renata Soifer. Segundo a psicóloga, a mulher deve olhar para si e entender quais são suas necessidades, suas buscas, suas expectativas em uma relação. "Com calma e sem pressa, ela pode encontrar a pessoa que corresponda aos seus anseios. Mas é preciso que se dê o tempo necessário para isso", afirma Renata. "Essas mulheres se vitimizam muito, culpam o homem pelos momentos ruins da relação. Elas precisam se responsabilizar pelo comportamento delas e entenderem que também têm responsabilidade pelo que está acontecendo. A psicoterapia pode ser um caminho para que ela aprenda a se conhecer e a entender que tem coisas boas para oferecer para ela mesma", alerta Cecília Zylberstajn. Características da mulher que ama demaisSegundo material publicado no site do programa de recuperação Mulheres que Amam Demais Anônimas (MADA), algumas características podem ajudar a definir essas mulheres: - Vem de um lar desajustado, onde suas necessidades não foram supridas; - Com medo de ser abandonada, faz qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento; - Habituada à falta de amor em relacionamentos pessoais, está disposta a ter paciência, esperança, tentando agradar cada vez mais; - Está disposta a arcar com mais de 50% da responsabilidade, da culpa e das falhas em qualquer relacionamento; - Sua auto-estima está criticamente baixa, e no fundo não acredita que mereça ser feliz. Ao contrário, acredita que deve conquistar o direito de desfrutar a vida; - Como experimentou pouca segurança na infância, tem uma necessidade desesperadora de controlar seus homens e seus relacionamentos; - Está muito mais em contato com o sonho de como o relacionamento poderia ser, do que com a realidade da situação; - Tende a ter momentos de depressão e tenta previní-los por meio da agitação criada por um relacionamento instável; - Não tem atração por homens gentis, estáveis, seguros e que estão interessados nela. Acha que esses homens "agradáveis" são enfadonhos.
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