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19/06/2008

Apelido pode mudar sua personalidade


É praticamente certo que você tem um amigo próximo e nem ao menos sabe seu nome, pois essa "figura" é conhecida por todos apenas pelo seu apelido. Ou então essa pessoa é você, que acha estranhíssimo quando alguém te chama por aquele nome que está registrado no cartório.

Mas o que parece uma brincadeira de adolescente pode se transformar em um problema psicológico, caso a pessoa que recebe o apelido não saiba como agir com essa situação.

"Quando uma criança recebe um apelido, ele pode provocar um significado positivo ou negativo. Baixinho, sardento e tantos outros podem trazer a timidez, baixa de auto-estima e até distorção da auto-imagem", explica a psicóloga Sueli Castilho.

"O apelido surge justamente quando o adolescente está em busca de sua personalidade, quando a opinião alheia é muito importante. Por isso, ele pode interferir tanto na auto-estima do jovem", esclarece a também psicóloga Jussara Benatti.

"Dos 13 aos 27 anos a pessoa vive para agradar aos outros. É quando ela se coloca em segundo plano, pois pensa que as outras pessoas são mais fortes e importantes", completa Mauro Godoy, especialista em psicologia analítica, mitologia e antropologia.

Sueli Castilho cita o rei do futebol como um exemplo positivo. "Quando o Sr. Edson Arantes do Nascimento se refere ao jogador sempre coloca o apelido na terceira pessoa do singular: o Pelé. Claro que faz parte da sua identidade, mas o apelido não é a sua identidade", explica.

O que fazer?
Se o apelido já pegou, veja o que você pode fazer para conviver com esse parceiro.

A psicóloga Jussara Benatti acredita que o diálogo é a melhor solução. "Se você não gostou do apelido, converse com seus amigos. Caso não resolva, fale com seus professores ou com algum adulto que possa lhe ajudar".

Já Mauro Godoy pensa o oposto. Para o profissional, o melhor a fazer é agüentar firme e ignorar. "Conversar é pior, pois qualquer reação vai alimentar a ação dos amigos", acredita. "A distância é uma forma de se defender", aconselha.

Mas o psicólogo ressalta também o lado bom do apelido. "É como uma marca fantasia, que você pode trocar até que ela pegue. Pode servir como um jogo de marketing pessoal", diz.

Segundo Mauro Godoy, o codinome muitas vezes pode ser melhor que o próprio nome. "Uma garota que se chama Lisbela pode se sentir melhor sendo chamada apenas por Li", exemplifica.

"Assumir um apelido não significa necessariamente ser o apelido e sim que ele só é parte da sua pessoa", define Sueli.

"É importante ter em mente que o apelido é uma brincadeira que nem corresponde com a realidade", completa Jussara.

Serviço:
Jussara Benatti - psicóloga
E-mail: Ju_benatti@hotmail.com

Mauro Godoy - psicólogo
Endereço eletrônico: http://www.maurogodoy.com.br

Sueli de Castilho - psicóloga
E-mail: suelicastillo@terra.com.br


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