Namorada com ciúme da família, o que fazer?

“Preciso de uma ajuda sua. Minha namorada tem ciúme da minha irmã e, com o passar do tempo, isso está aumentando e estou começando a me assustar.

Trabalho muito e só me sobra o domingo, então passo o dia todo com ela para compensar. Minha irmã, às vezes, me telefona uma ou duas vezes. Se saio com meus pais durante a semana ela diz que é uma sacanagem, porque poderia ir vê-la.

Não sei o que faço. Gosto dela mas tá ficando difícil. Cada dia aumenta mais essa insegurança. Me ajuda, o que devo fazer? Tento conversar com ela, mas ela sempre diz que vai mudar e acaba tendo ciúme de novo.”

Eu juro que fiquei aqui um tempão procurando a palavra certa pra não causar nenhum mal estar, mas a única maneira de definir o que você tá vivendo é com a palavra loucura. Sério, sua namorada não está mais respondendo pelos próprios atos, quem manda agora é a insegurança e isso pode acabar até com a relação mais forte do mundo.

Ciúme pode ser bom pra relação, mas aquele ciuminho fofo, sem brigas e tal. Uma carinha bonitinha emburrada por logo dois minutos. Passou disso, vira um pé no saco. Você não sabe como agir, ela se deixa levar por coisas que nem sabe de onde vieram e pronto, o circo está armado.

Pelo que você falou, ela não consegue mais controlar o que está sentindo e acaba jogando a culpa pra cima até da sua família. Pode ser insegurança, mas também pode ser carência ou outras várias coisas. Vamos tentar entender o que passa na cabeça da sua namorada.

“Minha namorada tem ciúme da minha irmã, isso está aumentando e estou começando a me assustar”
Algumas pessoas não entendem que irmãos possam ser extremamente próximos. Eu e meu irmão sempre fomos amigos, temos muitos amigos em comum e nunca tivemos problemas em relação a namoros – só quando ele ficava amigo demais dos meus namorados e eles me deixavam de lado (hahaha).

Se sua namorada é filha única ou não tem uma ligação forte com os irmãos, você vai precisar explicar pra ela que sua irmã é como um melhor amigo. Vocês conversam, se divertem e ainda moram na mesma casa e são filhos das mesmas pessoas incríveis. É a amizade perfeita e isso vem antes de qualquer coisa no mundo. Laços de sangue que ainda por cima são laços de amizade; nada é maior.

“Minha irmã, às vezes, me telefona uma ou duas vezes. Se saio com meus pais durante a semana ela diz que é uma sacanagem”
Quando um amigo seu liga, o que ela faz? Surta e te bate? Gente, que maluquice! E sair com seus pais não é algo que merece entrar em discussão. São seus pais. Eles te colocaram no mundo, pagaram – ou ainda pagam – suas contas e te dão um teto. Por favor…

Talvez o que ela esteja fazendo é dar um grito desesperado por atenção. Ela deve se sentir sozinha, não ter com quem dividir as coisas e se apoiar muito na relação – o que a certo ponto pode ser muito mais prejudicial do que qualquer outra coisa.

“Tento conversar com ela, mas ela sempre diz que vai mudar e acaba tendo ciúme de novo”
Ela diz que vai mudar porque realmente deve ter vontade de fazer o namoro dar certo e parar de surtar por coisas que, quando ela consegue ser racional, nota que são bobeiras, porém não é tão fácil quanto parece.

Se ela quer mais atenção sua e não sabe como conseguir, na hora do desespero faz qualquer coisa, inclusive agir de maneira infantil. Converse com ela não apenas pra dizer quanto incomoda essa atitude dela, você precisa descobrir o que a faz agir dessa maneira.

“O que fazer?”
Ela quer que você ligue pra ela mais vezes? Quer trocar e-mails durante o dia? Precisa dar um jeitinho de te ver depois do trabalho? Pequenas coisas podem ajudar muito a mudar esse quadro de dependência. Mandar algumas mensagens de celular durante o dia contando algo interessante, apenas pra compartilhar mesmo, é uma delas.

Você não precisa ficar o tempo todo cheio de amorzinho e corações explodindo no ar, estilo desenho animado. A relação de vocês precisa amadurecer e, para isso, é bom que os dois estejam em sintonia. Descubra o que ela espera da relação, assim fica mais fácil saber se você pode dar.

“Contrato”
Sempre que eu digo que namoro é como um contrato as pessoas me olham feio, como se eu estivesse acabando com o romantismo da coisa, mas a verdade é que minha intenção é ajudar a fazer o romantismo começar!

Quando você fecha um contrato de trabalho, por exemplo, sabe o que o empregador espera de você e sabe o que você precisa fazer para não decepcionar. Por outro lado, o empregador sabe que terá que te pagar um salário, alguns benefícios e os dois tem claro na cabeça o que dar e o que receber.

Se num namoro você partir do mesmo princípio – saber o que você quer dar e receber, assim como o que a outra pessoa espera – fica muito mais fácil acabar com as brigas e poder curtir só a parte boa. E isso ainda pode se tornar uma brincadeira. Coloquem no papel o que você espera da relação nos próximos, sei lá, três meses – sexo três vezes por semana, cafune todo dia, café na cama aos fins de semana, saídas divertidas só os dois, passeios com os amigos do casal… pode ser o que você quiser – e vá checando como estão as coisas. Depois do tempo, faça uma nova lista e coloque alguns desafios – viajar juntos no fim do trimestre – e então os dois ficarão animados com os planos, farão sua parte e aí é hora de ser romântico e surpreender a gata.

O namoro pode rolar muito bem sem brigas. É muito mais gostoso não precisar fazer as pazes do que ficar naquele papinho de que a reconciliação é a melhor parte do namoro – pra mim, isso é coisa de quem curte sofrer. Não é o seu caso, é?