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01/09/2008

Ninfomania: 'profissionais' falam sobre a doença



“É uma doença. Mas não se usa mais este nome.” Assim começou a entrevista sobre ninfomania com o Dr. Alexandre Saadeh, médico especialista em sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. Na verdade, o nome desse problema agora é aumento do desejo sexual. “E esse nome vale tanto para homens quanto para mulheres. Antigamente, a denominação ninfomania só servia para elas e, para eles, chamava-se satiriaze”, explicou o psiquiatra.Transas e masturbações em excesso, nunca sentir-se relaxado, satisfeito, saciado. Estes são alguns dos sintomas do aumento do desejo sexual. Uma pessoa pode perceber que não tem controle sobre suas vontades sexuais e, acredite, o problema não tem preferência por sexo. Atinge homens e mulheres, de qualquer idade.“Sexo é muito bom. Com um namorado, quero todos os dias, a toda hora. Com amor é melhor ainda. A presença do sexo sempre foi muito importante para mim. De qualquer forma sexo é bom, bom, BOM!”, conta Adriana Vailatti, 30 anos – a idade da loba, segunda ela própria -, atriz pornô, viciada assumida em sexo, e que conversou conosco fora do corpo de seu personagem, a loira Pamela Butt. “Mas não preciso ficar indo atrás de homem. Se estou sozinha, me viro, me masturbo”, completou, com sem agradabilíssimo sotaque gaúcho.Segundo o Dr. Saadeh, é importante saber quando o desejo está extrapolando os limites, principalmente para adolescentes, que já têm uma vontade maior naturalmente. “Para os meninos, há um mito de quanto mais vontade, mais macho. Às vezes é pela questão de se satisfazer, não importa com quem seja, e a pessoa recorre à masturbação. Isso tem de ter um limite.” Falando em adolescência, a atriz da Brasilerinhas comenta sobre o crescente aumento do desejo sexual ao longo da vida: “Minha primeira vez foi aos 15 anos. Com 20, o sexo era diferente, mais gostoso. Depois dos 25, o negócio se transformou. Quanto mais o tempo passa, mais fogosa eu fico”.Mas o excesso de desejo sexual pode, em algum momento, acabar atrapalhando a vida ou os relacionamentos. “O parceiro não dá conta de quem tem aumento do desejo sexual. A pessoa acaba indo buscar fora”, afirma Alexandre Saadeh. “Eu sempre quero transar. Tive um relacionamento que meu parceiro não agüentava, ficava sempre cansado. Aí, por causa da minha profissão, começou a rolar aquela desconfiança. O namoro se tornou uma merda”, lembra Pamela Butt.Para aqueles que estão em busca de ajuda, o médico explica o que deve ser feito. “Se você vira escravo disso, aí vale a pena buscar auxílio, conversar com alguém. O tratamento pode ser com psicoterapia, remédios (como antidepressivos) ou associado, ou seja, os dois juntos”, explica.Apesar de o aumento do desejo sexual não ser um transtorno tão comum, é importante que o paciente saiba lidar com o problema. “Qualquer tema de sexualidade é constrangedor, mas, quanto mais fácil for a abordagem, mais tranqüilo será para a pessoa se abrir e contar o que está acontecendo”, diz o Dr. Saadeh.

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