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03/09/2008

Jovens sofrem com o calor no 1º emprego

Quem sofre bastante com o excessivo calor fora de época nas grandes cidades são os jovens que em busca de uma oportunidade para ganhar uns ‘trocados’ acabam embarcando nessa onda de ‘bicos’, empregos temporários ou até algumas vezes esporádicos. É o caso do estudante Conrado Sanches Scaff, 17 anos, que em busca de uma graninha acabou virando promoter de um casa noturna.O garoto fica panfletando em frente de colégios da zona sul de São Paulo. “Na saída do colegial dessas escolas distribuo flyers da balada que promovo. Ganho cerca de 100 reais por semana, para trabalhar das 10h30 às 13h30”, contou o jovem.Segundo ele, a maior dificuldade é enfrentar o calor. “Você ficar de pé umas 4 horas, com aquele sol em cima, é complicado. Tem uns dias que fico com a camisa encharcada de suor. Tanto que levo um uniforme reserva para trocar durante o serviço”, comentou Scaff.Que em maio desse ano também promoveu uma agência de turismo GLS durante a Parada Gay. “Nunca passei tanto calor e constrangimento como nesse dia. Era muita gente no mesmo espaço”, revelou.O moto-boy Bernardo Silva, 19 anos, também sofre com o calor, só que por outro motivo: seu abafado uniforme. “Sofro demais. Nos dias quentes, então, nem se fala. É uma suadeira só”, brinca o empregado de um escritório de advocacia. Ele dá a receita para evitar a transpiração excessiva no trânsito: muita água e uma abertura na jaqueta. “Como não posso andar sem o uniforme devido à determinação da empresa. Sempre que estou no trânsito, abro o zíper, porque assim bate o vento e dá uma refrescada. Senão morro com aquele mormaço, feito pela combinação capacete e agasalho”, argumentou.Mas esse calor da cidade não se compara a temperatura que a auxiliar de cozinha, Jaqueline Silva, 18 anos, enfrenta em cima de uma chapa de um restaurante de comida popular na região central de São Paulo. “É um calor absurdo, acho que uns 40 graus. Fico cerca de 5 horas por dia na chapa, fazendo a mistura para os almoços” explicou a funcionária, que ganha um salário mínimo por mês com o serviço.Ela tenta escapar do calor de uma maneira no mínimo, inusitada. “Sempre que a temperatura aumenta, eu dou uma jogada de água no pulso, na nuca e no rosto. Pode parecer bobeira, mas dá uma aliviada”, revelou.

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